Mundo
Guerra na Ucrânia
Zelensky anuncia que "muita coisa pode ser decidida antes do Ano Novo"
O presidente ucraniano afirmou que questões sensíveis, incluindo quaisquer concessões territoriais, devem ser discutidas a nível dos chefes de Estado e Kiev tem procurado um encontro presencial com Trump.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou esta sexta-feira que planeia reunir-se em breve com o homólogo norte-americano, Donald Trump, e que muito pode ser decidido antes do Ano Novo, numa altura em que Washington intensifica os esforços diplomáticos para pôr fim à guerra com a Rússia.
Jornal da Tarde | 25 de dezembro de 2025
"Concordámos com uma reunião ao mais alto nível – com o presidente Trump num futuro próximo. Muita coisa pode ser decidida antes do Ano Novo", escreveu na rede social X, após a última ronda de negociações entre representantes ucranianos e norte-americanos.
Zelensky manteve conversações na quinta-feira com o enviado especial de Trump, Steve Witkoff, e com o genro do presidente, Jared Kushner.
Segundo o presidente ucraniano alguns documentos, parte de uma estrutura mais ampla destinada a pôr fim ao conflito e a garantir a reconstrução da Ucrânia, estavam "quase prontos", enquanto outros estavam "totalmente preparados".
No início desta semana, Zelensky apresentou um esboço de plano de paz com 20 pontos, que descreveu como a principal estrutura para o fim da guerra.O referido documento preliminar impõe o congelamento das atuais linhas da frente de combate, mas sem ser adiantada uma solução para os territórios ucranianos ocupados (19 por cento) pela Federação Russa desde a invasão de 24 de fevereiro de 2022.
Embora o plano previsse garantias de segurança para a Ucrânia, a fim de evitar novas agressões russas, não houve acordo entre a Ucrânia e os EUA sobre as questões territoriais, que Moscovo exige que Kiev ceda.
O controlo da central nuclear ocupada de Zaporizhia também continua a ser tema para novas discussões.
A versão original do plano norte-americano versava duas exigências do regime russo liderado pelo presidente Vladimir Putin, que estão ausentes da nova formulação
O presidente norte-americano, Donald Trump, prometeu repetidamente pôr fim ao conflito mais mortífero na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, e o seu enviado, Steve Witkoff, e o seu genro, Jared Kushner, têm negociado com a Rússia, a Ucrânia e as potências europeias.
Os detalhes completos das propostas americanas não foram divulgados, embora as autoridades russas se tenham referido repetidamente a "entendimentos" não especificados alcançados entre Putin e Trump numa cimeira em Anchorage, no Alasca, em agosto.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, indicou que Moscovo estava a "formular sua posição" e recusou-se comentar quaisquer os detalhes.
Quinta-feira, a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, afirmou que o progresso rumo ao fim da guerra era "lento, mas constante".
Kremlin pode estar aberto a troca de territórios
O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou a alguns dos principais empresários da Rússia que poderia estar aberto a trocar parte do território controlado pelas forças russas na Ucrânia, mas que queria todo o Donbass, avançou o jornal Kommersant, um dos principais jornais da Federação Russa.
O jornalista Andrei Kolesnikov, correspondente do Kommersant, no Kremlin, revelou que Putin informou importantes empresários sobre os detalhes do plano numa reunião no Kremlin, na madrugada de 24 de dezembro.
"Vladimir Putin afirmou que o lado russo ainda está disposto a fazer as concessões que fez em Anchorage. Ou seja, que 'Donbass é nosso'", noticiou o jornal, segundo a agência Reuters.
No fundo, Putin quer todo o Donbass, mas fora dessa área "não está descartada uma troca parcial de territórios por parte da Rússia", escreveu Kolesnikov no jornal.
A Rússia controla toda a Crimeia, anexada em 2014, cerca de 90 por cento de Donbass, 75 por cento das regiões de Zaporizhzhia e Kherson, e pequenas porções das regiões de Kharkiv, Sumy, Mykolaiv e Dnipropetrovsk, segundo estimativas de Moscovo.
Putin afirmou a 19 de dezembro considerar que um acordo de paz deveria basear-se nos princípios das condições que estabeleceu para 2024: a retirada da Ucrânia de todas as regiões do Donbass, Zaporizhzhia e Kherson, e a renúncia oficial de Kiev à sua intenção de aderir à NATO.
De acordo com o Kommersant, Putin levantou também a questão da central nuclear de Zaporizhzhia, a maior instalação nuclear da Europa, no seu encontro com empresários.
Putin, ainda de acordo com o jornal, afirmou que a gestão conjunta russo-americana da central nuclear estava a ser discutida. O presidente russo revelou ainda que os Estados Unidos manifestaram interesse na mineração de criptomoedas perto da central e que a central deveria ser utilizada para abastecer parcialmente a Ucrânia.
A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 naquilo que o Kremlin classifica como uma "operação militar especial"Drones russos danificam embarcações com bandeira estrangeira
Ataques com drones russos durante a noite danificaram embarcações com bandeiras da Eslováquia, Palau e Libéria em portos das regiões ucranianas de Odessa e Mykolaiv, avançou o vice-primeiro-ministro da Ucrânia esta sexta-feira.Nas últimas semanas, a Rússia intensificou os ataques à região sul de Odessa, e as autoridades ucranianas disseram que Moscovo pretende isolar a Ucrânia do Mar Negro e semear o caos entre os civis.
Não houve vítimas nos ataques de sexta-feira, realçou Oleksiy Kuleba num comunicado na aplicação de mensagens Telegram, mas os ataques causaram cortes de energia e danificaram elevadores e armazéns civis na região de Odessa.
Kuleba acrescentou que, noutro incidente, os drones danificaram uma locomotiva e um vagão de carga na estação ferroviária de Kovel, no noroeste do país, a cerca de 60 quilómetros da Polónia.
"Apesar do terror deliberado da Rússia, o sistema logístico da Ucrânia continua a funcionar", frisou Kuleba.
"Concordámos com uma reunião ao mais alto nível – com o presidente Trump num futuro próximo. Muita coisa pode ser decidida antes do Ano Novo", escreveu na rede social X, após a última ronda de negociações entre representantes ucranianos e norte-americanos.
Рустем Умєров доповів про свої чергові контакти з американською стороною. Жодного дня не втрачаємо. Домовилися про зустріч на найвищому рівні – з Президентом Трампом найближчим часом. Багато може вирішитися до нового року. Слава Україні!
— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) December 26, 2025
Zelensky manteve conversações na quinta-feira com o enviado especial de Trump, Steve Witkoff, e com o genro do presidente, Jared Kushner.
Segundo o presidente ucraniano alguns documentos, parte de uma estrutura mais ampla destinada a pôr fim ao conflito e a garantir a reconstrução da Ucrânia, estavam "quase prontos", enquanto outros estavam "totalmente preparados".
No início desta semana, Zelensky apresentou um esboço de plano de paz com 20 pontos, que descreveu como a principal estrutura para o fim da guerra.O referido documento preliminar impõe o congelamento das atuais linhas da frente de combate, mas sem ser adiantada uma solução para os territórios ucranianos ocupados (19 por cento) pela Federação Russa desde a invasão de 24 de fevereiro de 2022.
Embora o plano previsse garantias de segurança para a Ucrânia, a fim de evitar novas agressões russas, não houve acordo entre a Ucrânia e os EUA sobre as questões territoriais, que Moscovo exige que Kiev ceda.
O controlo da central nuclear ocupada de Zaporizhia também continua a ser tema para novas discussões.
A versão original do plano norte-americano versava duas exigências do regime russo liderado pelo presidente Vladimir Putin, que estão ausentes da nova formulação
O presidente norte-americano, Donald Trump, prometeu repetidamente pôr fim ao conflito mais mortífero na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, e o seu enviado, Steve Witkoff, e o seu genro, Jared Kushner, têm negociado com a Rússia, a Ucrânia e as potências europeias.
Os detalhes completos das propostas americanas não foram divulgados, embora as autoridades russas se tenham referido repetidamente a "entendimentos" não especificados alcançados entre Putin e Trump numa cimeira em Anchorage, no Alasca, em agosto.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, indicou que Moscovo estava a "formular sua posição" e recusou-se comentar quaisquer os detalhes.
Quinta-feira, a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, afirmou que o progresso rumo ao fim da guerra era "lento, mas constante".
Kremlin pode estar aberto a troca de territórios
O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou a alguns dos principais empresários da Rússia que poderia estar aberto a trocar parte do território controlado pelas forças russas na Ucrânia, mas que queria todo o Donbass, avançou o jornal Kommersant, um dos principais jornais da Federação Russa.
O jornalista Andrei Kolesnikov, correspondente do Kommersant, no Kremlin, revelou que Putin informou importantes empresários sobre os detalhes do plano numa reunião no Kremlin, na madrugada de 24 de dezembro.
"Vladimir Putin afirmou que o lado russo ainda está disposto a fazer as concessões que fez em Anchorage. Ou seja, que 'Donbass é nosso'", noticiou o jornal, segundo a agência Reuters.
No fundo, Putin quer todo o Donbass, mas fora dessa área "não está descartada uma troca parcial de territórios por parte da Rússia", escreveu Kolesnikov no jornal.
A Rússia controla toda a Crimeia, anexada em 2014, cerca de 90 por cento de Donbass, 75 por cento das regiões de Zaporizhzhia e Kherson, e pequenas porções das regiões de Kharkiv, Sumy, Mykolaiv e Dnipropetrovsk, segundo estimativas de Moscovo.
Putin afirmou a 19 de dezembro considerar que um acordo de paz deveria basear-se nos princípios das condições que estabeleceu para 2024: a retirada da Ucrânia de todas as regiões do Donbass, Zaporizhzhia e Kherson, e a renúncia oficial de Kiev à sua intenção de aderir à NATO.
De acordo com o Kommersant, Putin levantou também a questão da central nuclear de Zaporizhzhia, a maior instalação nuclear da Europa, no seu encontro com empresários.
Putin, ainda de acordo com o jornal, afirmou que a gestão conjunta russo-americana da central nuclear estava a ser discutida. O presidente russo revelou ainda que os Estados Unidos manifestaram interesse na mineração de criptomoedas perto da central e que a central deveria ser utilizada para abastecer parcialmente a Ucrânia.
A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 naquilo que o Kremlin classifica como uma "operação militar especial"Drones russos danificam embarcações com bandeira estrangeira
Ataques com drones russos durante a noite danificaram embarcações com bandeiras da Eslováquia, Palau e Libéria em portos das regiões ucranianas de Odessa e Mykolaiv, avançou o vice-primeiro-ministro da Ucrânia esta sexta-feira.Nas últimas semanas, a Rússia intensificou os ataques à região sul de Odessa, e as autoridades ucranianas disseram que Moscovo pretende isolar a Ucrânia do Mar Negro e semear o caos entre os civis.
Não houve vítimas nos ataques de sexta-feira, realçou Oleksiy Kuleba num comunicado na aplicação de mensagens Telegram, mas os ataques causaram cortes de energia e danificaram elevadores e armazéns civis na região de Odessa.
Kuleba acrescentou que, noutro incidente, os drones danificaram uma locomotiva e um vagão de carga na estação ferroviária de Kovel, no noroeste do país, a cerca de 60 quilómetros da Polónia.
"Apesar do terror deliberado da Rússia, o sistema logístico da Ucrânia continua a funcionar", frisou Kuleba.
A Rússia não comentou o assunto.
c/ agências